Dário Teixeira Cotrim
O título deste influente livro “Vinganças”, de Joelson Costa, sugere ao leitor a existência da coragem para continuar com a sua leitura. Desde o primeiro fato onde o velho Cícero, o pai do menino Júlio, é assassinado diante de seus familiares por ter ele surrupiado algumas abóboras no roçado do vizinho, até a sua visita ao assassino na penúltima página do livro, que a ideia de vingança habitava no coração de Júlio. Pode-se dizer que a luta entre a sabedoria e o desejo de vingança sempre termina através do perdão. Assim aconteceu em “Vinganças” para abrilhantar ainda mais a belíssima obra de Joelson Costa. Antes, porém, o autor lembra-nos de duas passagens de extremo sofrimento e de miséria absoluta que foram registradas na literatura e, também, nas artes plásticas brasileiras: uma do acadêmico Graciliano Ramos em seu livro “Vidas Secas” e a outra do ilustre artista plástico Candido Portinari com o seu impressionante quadro “Os Retirantes”.
O autor Joelson Costa, na verdade, quer tão somente desabafar nas palavras escritas a sua revolta contra as injustiças dos seres humanos. Portanto, os fatos aqui nos recomendam lembrar do poeta grego Ésquilo (de 525a.C. a 456a.C. e foi considerado o fundador da tragédia), que há 25 séculos escrevia em papiros as suas idéias sobre a vingança: “enquanto dormimos / a dor que não se dissipa / cai gota a gota sobre nosso coração / até que, em meio ao nosso desespero / e contra a nossa vontade / apenas pela graça divina / vem a sabedoria”. Com o passar dos tempos a humanidade encontrou maneiras de conter a força da vingança que ainda existe na natureza humana. O principal controle foi o sistema judiciário, que passou a mediar as disputas entre vítimas e agressores. Mas isso não é o bastante.
O livro “Vinganças”, de Joelson Costa, é uma narrativa de ficção em forma de romance, onde não há a presença do amor noveleiro, mas tão somente de brutais assassinatos. A figura feminina poucas vezes aparece e quando aparece não lhe é dado o destaque merecido. Entende-se, talvez, que a narrativa de “Vinganças” nada tem a ver com as mulheres. Ledo engano! A cena do estupro da moça Mabel Couch é rica de detalhes e no final o “Júlio ficou indeciso, pois não sabia que fizera mal à moça ou a si mesmo”. A atitude de Júlio era a de punir e não vingar. Não obstante a perda brutal do seu pai (Cícero) e a sua determinação de vingar-lhe a morte, a jovem Mabel Couch não era a pessoa para ser julgada em que medida o agressor (Ambrósio) deveria pagar pelo que fez. A própria incapacidade da justiça levou o ser humano a está propenso a, inevitavelmente, cometer alguns erros. Disse-nos Teófilo Dias que a vingança é uma ambrosia: quem a bebeu, deseja mais.
Outro aspecto importante do livro de Joelson Costa é a descrição dos conflitos internacionais: a grande guerra mundial e os atentados subversivos do povo islâmico contra o imperialismo americano. Não menos maléficos para a humanidade são citados os nomes de Fidel Castro e Che Guevara. Para eles (e todos nós) o difícil era consertar o mundo!
O livro tem leveza na narrativa, muito embora se tratar de um tema polêmico: a injustiça. “Os homens só praticam a justiça porque tem medo de serem vítimas da injustiça”. A injustiça é que leva as pessoas a fazerem justiça com as próprias mãos. Entretanto, o que deveria ter um final trágico em “Vinganças”, termina num belo exemplo cristão: o perdão. Aliás, neste caso o castigo divino já havia feito a sua parte, fazendo com que a abastada família de Ambrósio permanecesse na miséria. Não foi o esperado, mas o bastante para acomodar o ódio que vivia no coração de Júlio.
O desejo de vingança e a capacidade de perdoar estão imbuídos no enredo do livro. É bem verdade que o primeiro tópico ocupa a maioria de suas páginas, alimentando o autor na prática de mais um crime. Mas, o segundo tópico, pela força divina, precisou apenas de uma abóbora como forma de perdão para consolidar o final do livro. E assim “Júlio deixou nas mãos do velho Ambrósio uma abóbora e saiu satisfeito”.
O título deste influente livro “Vinganças”, de Joelson Costa, sugere ao leitor a existência da coragem para continuar com a sua leitura. Desde o primeiro fato onde o velho Cícero, o pai do menino Júlio, é assassinado diante de seus familiares por ter ele surrupiado algumas abóboras no roçado do vizinho, até a sua visita ao assassino na penúltima página do livro, que a ideia de vingança habitava no coração de Júlio. Pode-se dizer que a luta entre a sabedoria e o desejo de vingança sempre termina através do perdão. Assim aconteceu em “Vinganças” para abrilhantar ainda mais a belíssima obra de Joelson Costa. Antes, porém, o autor lembra-nos de duas passagens de extremo sofrimento e de miséria absoluta que foram registradas na literatura e, também, nas artes plásticas brasileiras: uma do acadêmico Graciliano Ramos em seu livro “Vidas Secas” e a outra do ilustre artista plástico Candido Portinari com o seu impressionante quadro “Os Retirantes”.
O autor Joelson Costa, na verdade, quer tão somente desabafar nas palavras escritas a sua revolta contra as injustiças dos seres humanos. Portanto, os fatos aqui nos recomendam lembrar do poeta grego Ésquilo (de 525a.C. a 456a.C. e foi considerado o fundador da tragédia), que há 25 séculos escrevia em papiros as suas idéias sobre a vingança: “enquanto dormimos / a dor que não se dissipa / cai gota a gota sobre nosso coração / até que, em meio ao nosso desespero / e contra a nossa vontade / apenas pela graça divina / vem a sabedoria”. Com o passar dos tempos a humanidade encontrou maneiras de conter a força da vingança que ainda existe na natureza humana. O principal controle foi o sistema judiciário, que passou a mediar as disputas entre vítimas e agressores. Mas isso não é o bastante.
O livro “Vinganças”, de Joelson Costa, é uma narrativa de ficção em forma de romance, onde não há a presença do amor noveleiro, mas tão somente de brutais assassinatos. A figura feminina poucas vezes aparece e quando aparece não lhe é dado o destaque merecido. Entende-se, talvez, que a narrativa de “Vinganças” nada tem a ver com as mulheres. Ledo engano! A cena do estupro da moça Mabel Couch é rica de detalhes e no final o “Júlio ficou indeciso, pois não sabia que fizera mal à moça ou a si mesmo”. A atitude de Júlio era a de punir e não vingar. Não obstante a perda brutal do seu pai (Cícero) e a sua determinação de vingar-lhe a morte, a jovem Mabel Couch não era a pessoa para ser julgada em que medida o agressor (Ambrósio) deveria pagar pelo que fez. A própria incapacidade da justiça levou o ser humano a está propenso a, inevitavelmente, cometer alguns erros. Disse-nos Teófilo Dias que a vingança é uma ambrosia: quem a bebeu, deseja mais.
Outro aspecto importante do livro de Joelson Costa é a descrição dos conflitos internacionais: a grande guerra mundial e os atentados subversivos do povo islâmico contra o imperialismo americano. Não menos maléficos para a humanidade são citados os nomes de Fidel Castro e Che Guevara. Para eles (e todos nós) o difícil era consertar o mundo!
O livro tem leveza na narrativa, muito embora se tratar de um tema polêmico: a injustiça. “Os homens só praticam a justiça porque tem medo de serem vítimas da injustiça”. A injustiça é que leva as pessoas a fazerem justiça com as próprias mãos. Entretanto, o que deveria ter um final trágico em “Vinganças”, termina num belo exemplo cristão: o perdão. Aliás, neste caso o castigo divino já havia feito a sua parte, fazendo com que a abastada família de Ambrósio permanecesse na miséria. Não foi o esperado, mas o bastante para acomodar o ódio que vivia no coração de Júlio.
O desejo de vingança e a capacidade de perdoar estão imbuídos no enredo do livro. É bem verdade que o primeiro tópico ocupa a maioria de suas páginas, alimentando o autor na prática de mais um crime. Mas, o segundo tópico, pela força divina, precisou apenas de uma abóbora como forma de perdão para consolidar o final do livro. E assim “Júlio deixou nas mãos do velho Ambrósio uma abóbora e saiu satisfeito”.
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