A origem dos Cotrins no Brasil aponta para Portugal. Os Cotrins da Europa são, até hoje uma grande família e a sua história de lá pra cá remonta ao século XIV (Martim Cotrim, nobre português que é citado nos velhos alfarrábios portugueses no ano de 1383). Antes, disso, há notícias de ser esta família originária da Inglaterra tendo passado para Portugal no século XV, nas pessoas de dois irmãos, Jaime Coterel Cotrim e Heitor Coterel Cotrim. Foram ambos fidalgos da Casa do Rei D. Afonso V, tendo o primeiro exercido o cargo de monteiro-mor do Infante D.Henrique, Duque de Viseu, e o segundo que foi pajem-de-lança daquele monarca.
Em Portugal, no município de Ferreira do Zêzere, da freguesia de Dornes, está localizado no Souto do Ereira o mais antigo solar da família dos Cotrins. Ali morou o Fidalgo Lopo Martim Canas Cotrim, de quem descendem provavelmente 90% dos Cotrins que hoje existem em todo mundo, com especial incidência nos países de língua portuguesa. Dos Cotrins de Ferreira do Zêzere saíram alguns para o Brasil, por exemplo: Filipe de Matos Cotrim, sargento-mór que subiu o rio Amazonas por volta de 1637. Entretanto, nada consta que Felipe teria ficado no Brasil e que por aqui constituísse uma família. Acredita-se que ele veio a serviço e que logo depois teria voltado a sua terra de origem.
Nota-se que os Cotrins que vieram para o Brasil são, na sua quase totalidade, descendentes de duas linhas assim mapeadas: da Bahia (Isaias Manoel Cotrim, Dário Teixeira Cotrim) e do Rio de Janeiro (Márcio Cotrim, René Cotrim).
A primeira linha do mapeamento vem da Bahia e refere-se aos Cotrins vindos de Portugal no início do século XVIII que se instalaram no alto sertão baiano (Caetité, Guanambi, Rio das Contas, Livramento, Brumado, Caculé, etc.). Foi a que aparentemente mais se proliferou. Da Chapada Diamantina deslocaram-se para São Paulo (Pitangueiras, Batatais, São José do Rio Preto, etc.). Há registros na Carta – que eu tenho uma cópia em meu arquivo particular – de Benedito Egas José de Carvalho Cotrim, datada de 2 de dezembro de 1752, que o primeiro “Cotrim” que chegou aqui no sertão baiano foi o seu irmão Antônio Xavier de Carvalho Cotrim, de quem somos os seus descendentes. Em companhia de Antônio veio o seu irmão Bernardo Diogo José de Carvalho Cotrim que ficou na cidade de Caetité. Os dois uniram-se aos Teixeira, Brito e Gondim e foram os maiores proprietários de terras na região da Chapada Diamantina e na bacia do alto rio das Rãs.
A segunda, mais nobre em teres e haveres possivelmente, refere-se aos Cotrins vindos também de Portugal, mas em época posterior e que, a princípio, se instalaram na cidade do Rio de Janeiro com grande incidência na região de Itatiaia, onde se uniram à família do Visconde de Itaboraí. Desta ramificação temos o vereador Cotrim Neto e escritor Márcio Cotrim (Márcio hoje reside em Brasília-DF). Márcio é sobrinho de Álvarus Cotrim, saudoso cronista carioca que foi um grande colaborador da Revista Ele & Ela. Cotrim Neto, por sua vez, mereceu uma belíssima crônica do montes-clarense Teófilo Pires publicada no seu livro “O Nome do Dia – Comentários Radiofônicos”, datado de 1955.
Existem outras linhas desta família ainda em fase de estudos. Destas, a mais evidente é a dos Gurjão (ou Grojão) Cotrim, um dos fundadores de Moji-Mirim, cidade do interior paulista e outra é dos Cotrim do Maranhão. Era comum aos baianos buscarem o interior paulista para iniciar ali uma vida nova. Com a nossa família não foi diferente. Buscamos novos eldorados e os encontramos aqui mesmo em terras mineiras. Por isso, somos apelidados de baiano-cansados. Para esta acolhedora cidade dos montes claros o primeiro Cotrim que aqui chegou foi o senhor Isaias Manoel Cotrim com a sua numerosa prole, no ano de 1962. Hoje a sua descendência está composta de seus filhos, sobrinhos, primos, netos e bisnetos.
Linda historia da família...
ResponderExcluirSou uma Cotrim e tenho muito orgulho desse lindo sobrenome tão importante
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