quinta-feira, 19 de julho de 2012


JORNAL DE DOMINGO

Dário Teixeira Cotrim

Academia Montesclarense de Letras


A explosão de Wanderlino Arruda, nos meios literários, com o lançamento do seu primeiro livro, foi o bastante para avalizar que a sua caminha seria continua e profícua. Diante disso a conclusão é imediata: o escritor lança mais um livro de crônicas intitulado de “Jornal de Domingo”. No proêmio do livro, o autor inseriu uma citação de Dom Quixote de la Mancha. Vejamos: “Uma coisa é escrever como poeta, outra como historiador: o poeta pode contar ou cantar coisas não como foram mas como deveriam ter sido, enquanto o historiador deve relatá-las não como deveriam ter sido mas como foram, sem acrescentar os subtrair da verdade o que quer que seja”. Aliás, teve razão o autor em publicar a citação acima, haja vista que o seu livro tem compromisso com a verdade e nada mais oportuno e justo do que este interessante e relevante intróito do dramaturgo espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra.   

 O prefácio de “Jornal de Domingos” teve duas mãos femininas: Maria Luiza Rodrigues Batista e Inilta Pires Antunes. Disseram elas que “foi no suplemento dominical que Wanderlino Arruda encontrou feição para suas crônicas, as quais, algumas selecionadas por ele próprio, compõem este livro, de leitura agradável, que pode ser colocado na estante entre os melhores escritores desse difícil gênero literário”. Difícil e até incompreendido; desprezado e até invejado. No que diz respeito às diferentes maneiras como os críticos – incompetentes – vêem o nosso trabalho com menosprezo, acreditamos que a providência divina sempre escala um “Zezinho Salvador” para impedir a ducha-de-água-fria que possa nos abater do entusiasmo de fazer versos.

 Por outro lado, temos que considerar o aspecto da disciplina literária. Nas crônicas publicadas no “Jornal de Domingo” trazem para o leitor momentos de entretenimento e de conhecimento. Curioso observar essa dualidade de gêneros. Tudo isso é possível em vista da espiritualidade e da competência intelectual do autor. Seria excessivamente benéfico divisar essa conotação em favor da literatura, pois ao longo de sua vida, o poeta Wanderlino Arruda tem-se dedicado em valorizar e apoiar os novos integrantes da literatura montes-clarense. Com críticas elogiosas e sugestões oportunas. Assim, atacado entre dois fogos – Waldyr & Oswaldo – Wanderlino explodiu: ele é hoje o mais completo escritor de nossa aldeia. Quiçá de toda Minas Gerais!

 O mestre das letras, Wanderlino Arruda, é mineiro de São João do Paraíso. Ele veio para Montes Claros trazendo um farnel de sonhos e esperanças. Queria ser jornalista, poeta, escritor, artista plástico e um sem números de outras atividades. Por fim, ter os seus trabalhos literários publicados nos jornais e em livros. Conseguiu. É membro efetivo da Academia Montesclarense de Letras e sócio-fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e de outras entidades afins. Entretanto a sua verdadeira paixão é o Rotary International. “Tempos de Montes Claros” foi o seu primeiro livro e agora ele nos brinda com mais um belíssimo livro de crônicas: “Jornal de Domingos”. Parabéns, mestre Wanderlino Arruda!



EMOCIONES

 Dário Teixeira Cotrim
Academia Montesclarense de Letras

Uma análise sobre a obra literária “Emociones”, do mestre das letras, Dr. Wanderlino Arruda, pressupõe uma série de entendimentos na sistematização da poesia e, evidentemente, nos princípios culturais de nossa terra. É assim porque os escritos do nosso confrade tende a clarificar os pontos obscuros da nossa história antiga e, por outro lado, a valorizar a biografia e a bibliografia dos seus pares. Na verdade, Wandelino Arruda é um verdadeiro conhecedor das coisas de nossa terra e de nossa gente. Em nenhum momento o leitor encontra um tipo de conduta com o objetivo somente de coscuvilhar, senão o de contribuir quer seja na Academia de Letras, quer seja no Instituto Histórico, com sugestões e prefácios a pedido de seus confrades.

 O livro “Emociones” veio mesclado de prosa e verso. As prosas com o poder da informação e os versos com o fascínio da saudade. Saudade de um tempo perlustrado sempre que o texto assim o requer. Entretanto, constitui quase um truísmo afirmar que a poesia de Wanderlino Arruda é a mais bela, é a mais romântica e é a mais admirada pela juventude montes-clarense. Nota-se que em nada prejudicou a tradução de Rigoberto Guillerme Espinosa Pichs, de sua obra poética. Pelo contrário, o seu livro “Emociones” tornou-se o mais procurado pelos cultores da poesia montes-clarense.

 Pois bem, em via de regra o leitor atentará com mais esmero nas palavras traduzidas para o espanhol (antiga língua castelhano), por Espinosa. Todavia, nem todo vocabulário à disposição do tradutor é composto de palavra-ícone. Mas, resta saber que a obra tornou-se muito mais admirada e muito mais disputada entre os apaixonados pela literatura moderna. A propósito, o modernismo-moderado, que é outro ponto positivo nas construções literárias do autor, tornou-se a sua prosódia muito mais adocicada. Na verdade, talento não lhe falta e a criatividade está em cada verso que forma a sua poesia. De qualquer modo, está ausente o metaforismo exacerbado, pois não há palavra-chave, ou catalisadora para designar objetos e pessoas. Por essa razão a poesia de Wanderlino Arruda é cristalina e sedutora.

 As crônicas contam histórias passadas. Era assim que fazia o saudoso João Valle Maurício. São palavras que têm o poder de remover dos túmulos as mais sublimes lembranças de um tempo distante. Já os poemas, esses cortejam – de tirar o chapéu – as mulheres balzaquianas e as meninas-moças pela beleza dos seus versos. Plagiando Euclides da Cunha, podemos dizer que o poeta é antes de tudo um homem apaixonado!

 O poeta Wanderlino Arruda é membro da Academia Montesclarense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e de Montes Claros. Tem publicado os seguintes livros: Em inglês “Feelings” e “Short Stories”; em espanhol “Emociones” e na língua portuguesa “Tempos de Montes Claros”, “Jornal de Domingo”, “O dia em que Chiquinho sumiu”, “Emoções” e “Construtores de Montes Claros”. “Al deleitamos com la lectura de estas Emociones se rompen lãs barreras poéticas, no sabemos donde hallamo más poesia: si em lo que genéricamente es considerado poesia e em los textos em prosa desde donde emerge um universo poético capaz de desafiar la esencia y forma de los versos”. Parabéns, mestre!